terça-feira, 30 de setembro de 2008

Transporte Coletivo de Passageiros I

Não é fácil andar de ônibus nas grandes metrópoles, em Aviar principalmente. Certa feita, este escriba foi fazer uma visita à um habitante que reside num bairro distante e para tal precisou andar de ônibus. O sistema de transporte de coletivo de passageiros em Aviar é todo feito através de terminais de linhas de ônibus, construídos em locais estratégicos dentro da cidade, de modo a atender melhor a população.

A princípio, o sistema implantado pela Rainha Ma nos dá a impressão de que há uma melhora na vida dos habitantes do reino que precisam se locomover em ônibus. Mero engano, esse malfadado sistema foi elaborado justamente para trazer transtornos aos seus usuários do transporte coletivo. Se não vejamos:

  • Os motoristas e cobradores, em sua maioria, são pessoas brutais, que receberam treinamento específico de como tratar mal o passageiro;
  • Os terminais são construções sem nenhum conforto, com sanitários imundos e projetados para receber pouca gente, o que não ocorre, pois nos horários de pico, o número de usuários ultrapassa em quase dez vezes a sua capacidade;
  • Os ônibus, mesmo os mais novos, não oferecem comodidade aos passageiros, pois as suas cadeiras são estreitas, para dar mais espaço aos corredores, que ficam abarrotados de pessoas, perfazendo assim, uma superlotação;
  • Os idosos, deficientes físicos e crianças são o “alvo” predileto dos motoristas. São esses usuários que mais sofrem maldades por parte dos condutores de ônibus.

Mas a história que vou contar, refere-se à viagem que precisei fazer para visitar o citado habitante, que reside distante das nababescas instalações reais.

Embarquei no “coletivo” que se dirigia a um dos terminais da periferia da grande Aviar. Lá, ao adentrar no recinto, o motorista desenbarcou do veículo, juntamente com o cobrador, deixando todos os passageiros no interior do ônibus, com as portas fechadas. Era horário de refeição e os dois valorosos funcionários do setor de transportes deviam estar com muita fome, pois desceram apressados. Da janela em que me encontrava pude acompanhar todos os passos da operação desencadeada pelos dois. Um deles, o cobrador, adquiriu em um quiosque uma porção de uma sopa que tinha como destaque um grandioso osso boiando no interior do prato. O motorista, de hábitos alimentares mais brandos, bebia o conteúdo de um copo, que consistia numa substância de coloração esverdeada, acompanhada de um petisco, um pouco avantajado, que ao ser mordido, deixava escorrer óleo pelos cantos de sua boca. Cumprido o ritual alimentício, os dois paladinos do transporte retornaram ao veículo, não sem antes beberem um copo de água de côco, que lhes foi servido por um vendedor ambulante que conduzia um carrinho com um adereço imitando um côco gigante.

Decorridos mais de vinte minutos foi dada velocidade ao veículo, que ardia de tanto calor, pois o horário era vespertino e o sol não dava trégua. Com o passar dos primeiros minutos de viagem e com o “sacolejar” do ônibus, algumas transformações começaram a ocorrer nos nossos condutores, era notória a mudança de aspecto dos mesmos. O rosto do motorista começou a “esverdear” e seus corpo “sacudia” em pequenos esparmos, dando uma impressão de início de vômito. Mas o nosso valente condutor segurava o mal estar e dirigia seu veículo com perfeição, passando por dentro de todos os buracos das ruas, dando “fechadas” nos outros veículos e apertando o freio bruscamente, ou seja, atuando normalmente como manda o manual do motorista de ônibus do Reino de Aviar. O cobrador, coitado. Esse estava de fazer dó. O efeito devastador do alimento ingerido atuou de outra forma, ou seja, não foi por cima como o seu colega, parece que a “coisa” queria sair era por baixo!

Não houve jeito. O motorista parou o ônibus no primeiro posto de gasolina que encontrou e o cobrador, em disparada carreira, já demonstrando os sintomas do que estava sentindo, pois algo de coloração amarelada lhe escorria pelas pernas, saindo pelos tornozelos e sapatos. O motorista, por seu lado, não precisou ir muito longe, colocou toda aquela mistura que havia ingerido anteriormente, para fora, ali mesmo, perto da porta do veículo que conduzia.

Minha viagem foi interrompida ali, pois tivemos que aguardar a vinda de uma outra equipe de eficazes condutores, para que o trajeto do veículo fosse concluído. Os outros dois, em lamentável estado, foram levados à empresa, quiçá tenham recebido alguma condecoração por terem maltratado, tanto a si mesmos como a nós, pobres usuários de ônibus do sistema de transportes urbano de passageiros do reino de Aviar.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Reino de Aviar

Aviar é um pequeno país que ocupa uma área de um pouco mais de 100m2, encravado num continente banhado pelo sol o ano inteiro. Sua forma de governo é a Monarquia Absolutista e vive sob completo regime de ditadura. É um dos maiores produtores mundiais de Inveja, Ódio, Desavença, Discórdia e todos os subprodutos da Maldade, matéria-prima encontrada em abundância em seu solo fértil. Sua língua oficial é a ferina e todos os habitantes têm nomes de orígem oriental, exceto a rainha, que foi batizada com o nome de uma flor.
Governado pela Rainha Magnólia I, conhecida pelos seus súditos como a Rainha Má, que subiu ao trono em 1957 e desde então vem promovendo todos os tipos de ruindades entre àqueles que a norteiam.
A Familia Real de Aviar é composta, atualmente, pelos seguintes elementos:

  • Rainha Magnólia I, ou Rainha Má como é mais conhecida entre os habitantes de Aviar. Desde que assumiu a soberania do Estado, a rainha vem se mostrando muito competente como administradora da maldade, matéria-prima que impulsiona o seu minúsculo país. Como mãe é extremista e moralista. Não fuma e não bebe bebidas alcólicas, mas é grande consumidora de antidepressivos e outros medicamentos dessa natureza. Passa o dia todo "doidona" às custas desses "remédios".

  • Princesa Airáta Noil Letse, primeira na linha sucessória do trono, vive contando os dias para que isso aconteça. Ocupa o ministério de maior importância dentro do reino: o Ministério da Discórdia. Assumiu a pasta ainda criança, pois já demonstrava ter adquirido os traços psicológicos da mãe e com isso, foi logo agraciada com o ministério. Desenvolve as suas funções com bastante eficiência, não deixando em nenhum momento de pregar a discórdia entre os habitantes daquele malfadado país. É o membro da corte que mais viaja e quando o faz, "desaparece do mapa" por semanas ou meses. Em certa ocasião, foi vista visitando as luxuosas instalações carcerárias de um país vizinho. Em outra, esteve também visitando uma clínica de aborto no mesmo vizinho país. É também grande consumidora de barbitúricos.
  • Príncipe Adivan Zef Adan. Irmão mais velho da Princesa Airáta Noil Letse, é o homem que ocupa o também importante Ministério do Ócio e vem desempenhando suas atribuições com esmero, com base no primeiro artigo da Constituição de Aviar que diz: "A mente desocupada é a oficina do demônio". Compartilha com sua irmã, o hábito de fazer estranhas viagens e sempre retorna ao palácio real em horas altamente incovenientes e em estado físico alterado por substâncias nocivas ao organismo humano. É o terceiro na linha sucessória do trono.
  • Príncipe Consorte Oruoed Oni Nem, é o segundo na linha de sucessão ao trono. Indivíduo de grande periculosidade, vive espreitando o momento de dar o "bote" e abocanhar algo que lhe satisfaça. É um glutão e não tem modos para sentar-se à mesa. Considerado perigoso porque é dissimulado e mais covarde que os demais membros da Família Real. Sabe ler e escrever, hábitos que a realeza não adquiriu. O sangue que corre em suas veias é proveniente de sua avó a Rainha Má e sua mãe a princesa Airáta Noil Letse.
Fora os personagens acima citados, vamos contar nos nossos relatos históricos com as presenças do Bôbo da Corte (recentemente destituído de suas funções, oportunidade em que assumiu o Príncipe Consorte Oruoed Oni Nem); da Princesa Aditer Redagi Etnam, destronada e deserdada pela mãe, por não obedecer aos ditames reais; da Princesa Arboa Dot Arpuap, que vive renovando o seu espírito depois que conseguiu se livrar da vida em Aviar e do Príncipe Anaceduc I, que passa seus dias cultuando o deus Baco.